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quarta-feira, 16 de março de 2011

A democracia e o equilíbrio


A busca pela perfeição é insana. Muitos autores de psicologia estão arduamente tentando ajudar as pessoas a se aceitarem, assim como são, em seu comportamento radical primeiro, para no final darem a esses pacientes a possibilidade de uma mudança. O radicalismo em si não é extremo e sim, a busca de um equilíbrio. Quando um jovem se torna radical em uma posição, é que sua vida esta acomodada no outro extremo. Buscar perfeição não equilibra uma vida, pelo contrário, o torna uma pessoa sobrecarregada e solitária.
Qualquer governante, por mais liberal ou social que seja não pode em seu meio buscar o extremo de seus ideais. Todo e qualquer iniciativa humana é carregada com uma carga de risco inerente descrita na história, que somente depois de talvez décadas descubram os erros cometidos em certos ideais. Nisto a democracia se torna um balizador de discurso, retirando o extremo e equilibrando as partes.
Para o entendimento desta postagem gostaria de separar a utilização de duas palavras. O radical, que simplesmente significa raiz, essência, de extremos que significa situado no ponto mais distante.
Alguém radical não é um extremista. O rebelde não busca o extremo de suas condições. Seu objetivo é encontrar um equilíbrio, onde não existe.
Sendo o ser humano social, não deve em nenhuma situação, escolher os governos perfeitos em ideologia. Porque um indivíduo extremo não consegue distinguir entre o que faz parte de sua ideologia e o que é contra. Às vezes o que está dentro da própria ideologia de um indivíduo é o que o destrói. Thomas More, em seu livro Utopia, descreve a existência de uma sociedade perfeita e religiosa, que na verdade existiam problemas, mas os seus governantes praticavam a mudança quando ouvia os seus súditos. É incrível, mas não existia  perfeição, como dava a entender, nesta sociedade. O fato de ouvir os súditos de uma sociedade demonstra a busca pelas soluções na própria sociedade, para encontrar equilíbrio e com isso a paz. Então descrevemos que apesar de uma entidade religiosa pluralista, A Utopia era uma sociedade democrática.
A nossa sociedade é formado por extremos; “Liberal e Social”, “Esquerda e Direita.” Esquerdas, que com os objetivos mais que nobre de igualdade social. E direita com os objetivos de aumentar a Eficácia das instituições e a competitividade entre elas. Essa retórica é importante dos dois lados. Quando uma sociedade tem isonomia, direitos iguais, à esquerda ficam sem rumo. Quando uma sociedade ela tem instituições eficazes e competitivas, que atende as necessidades individuais de seus membros, mais outro extremo que se desnorteia. Por que acontece isso? Por que se perdem as razões de ser destes extremos.
Na história sabemos que a esquerda sempre buscou a democracia e a república, para conseguir distribuir renda e alcançar o poder, para ajudar pessoas menos favorecidas. Da mesma forma, as pessoas que tem pensamentos de direita sempre valorizam as escolas, e as instituições, a liberdade de impressa. São ao favor do progresso e estão buscando uma forma técnica de governar. O que acontece no Brasil? Temos república, uma democracia representativa. Onde em tese existe uma isonomia constitucional. Portanto, os partidos de esquerdas e direitas estão perdidos. O PSDB e PT estão coligados com DEM e PP que são partidos de extrema direita. No Brasil não existem então essa divisão extrema por que já estamos totalmente em tese no centro, pela democracia. Outro erro constante nos entendimentos sobre a sociedade é achar que esquerda tende a querer o comunismo. O desejo do comunismo é apenas um radicalismo de esquerda. Da mesma forma o radicalismo de direito que é o neoliberalismo. O que acontece é que não existe nem comunismo e nem neoliberalismo nas sociedades. A democracia, e o povo  não deixa que esses ideais  cheguem aos extremos.  

O modelo direita e esquerda não serve nos tempos de hoje. Necessitamos de outro debate para a sociedade democrática.  A isonomia discursada pela esquerda e a isagoria discursada pela direita deverá ser juntada em um só discurso. Queremos fazer uma melhor distribuição de renda segundo a esquerda, e a direita quer garantir os direitos individuais das pessoas. Mas para garantir distribuição de renda e os direitos individuais das pessoas temos que ter instituições eficientes e eficazes, da mesma forma que pensem na sociedade como todo.   Os dois lados, social e liberal estão buscando a democracia. Devemos então radicalizar pelo equilíbrio, Valorizarmos o centro. Na história do Brasil nunca de fato existiu moderados e partidos de centro. O centralismo pelo o que vemos é somente por conveniência. Na verdade partidos como PMDB, não são partidos moderados, são na verdade, partidos como o DEM, Aproveitadores. Um direito Constitucional, o pluralismo partidário, deu ao Brasil, uma forma diferente de pensar.  Temos diferentemente dos Estados Unidos que é bipartidário; uma gama enorme de partidos, que retira de nós essa divisão escravizadora de direita e esquerda.  Devemos aproveitar isso e rumarmos para UTOPIA.  Utopia é um sonho, mas as instituições democráticas estão chegando ao um desgaste causado por esse feroz discurso de direita e esquerda que não leva a nada. Precisamos sim de equilíbrio institucional. Devemos radicalizar. Radicalizar não como diz alguns que são extremistas. Radicalizar significa voltar à raiz. A própria palavra Radical significa Raiz. Devemos voltar à essência. Como todos os discursos sobre sociedade, o que queremos? Nós queremos qualidade de vida que é o bem comum que até agora não temos. A sociedade brasileira clama por justiça e não temos. A sociedade brasileira sofre nas instituições públicas com a falta de gestão e não temos um bom atendimento.  As instituições públicas não conseguem ter a eficiência, e eficácia necessária. E as instituições privadas oneram o estado e ainda não atende a população como deve. Os nossos servidores que nos representam, querem o poder, mas não sabem nem o que fazer para resolver, e às vezes nem querem acabar com esse descaso com a sociedade. Vamos então radicalizar, para o equilíbrio, sem extremos que não resolve nada. O centro é o melhor caminho. Porque no centro temos as melhores forças dos dois extremos.


Observe por exemplo, as atitudes de Kasab: Não é de esquerda (PSDB), nem de direita (DEM).Como diz neste vídeo de Indignação de Daniel Fraga. Em suas propostas, na cidade de São Paulo, somente atitudes extremas, sem consultar a sociedade, e agora, quer montar outro partido com o objetivo de mudar de legenda sem perder o mandato, burlando assim, a lei de fidelidade partidária. Assim são os nossos políticos. Não tem identidade, e nem ideologia. Só querem o poder, pelo poder. Essas atitudes são encontradas em partidos de todas as legendas. Não existe equilíbrio, como seria o ideal. O radicalismo é a única forma de tirar o PPP (poder pelo poder) e colocar os PPBC(poder pelo bem comum), Aliás, se a intenção de um político não é o bem comum, nem deveria esta lá.

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