Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
A morte de um motorista
Que sofreu o violento
Desapego da coerência
Fatigada de um trânsito.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
A morte de um torcedor
Que tirou onda da dor
De outro time que perdeu
Do time amado meu.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
A morte de um mendigo
Que a vida não lhe consagrou,
E um inconformado, sem dó,
Na violência, sua vida tirou.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
A morte de um cidadão,
Que mal entendia
O outro que era beberrão
E não gostou, e o matou.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
Aquela dona de casa
Que cuida de seus filhos,
Que é sempre violentada
Por aquele que é sustentada.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
Ao homossexual sonhador,
Que sentiu e paquerou
Um suposto heterossexual
Homo fóbico, seu agressor.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
A minha consciência
Que me desgasta
Na flor da essência
De uma nua e crua violência.
Viola minha violação,
Viole como sempre
O violento silêncio
Que me perturba.
Um silêncio assustador
Que perturba o meu ser.
Silêncio da morte violenta
Que nada querem fazer!
Luis Pereira de Queiroz
23/02/2011
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